Perdoem-me a extensão do texto desta semana, mas
heresias devem ser duramente combatidas e com todos os argumentos possíveis.
Com tristeza no coração tenho visto heresias entre o povo que se diz
evangélico. Uma delas é o que se chama comumente de CAIR NO ESPÍRITO. A ideia
de “cair no espírito” é quando um pastor impõe as mãos sobre alguém e essa
pessoa cai no chão, supostamente dominada pelo poder do Espírito.
Os que praticam “cair
no espírito” usam passagens bíblicas que falam de pessoas tornando-se
“como morto” (Apocalipse 1.17), ou caindo sobre o próprio rosto
(Ezequias 1.28; Daniel 8.17-18; Daniel 10.7-9 e 1 Reis 8.10,11). No entanto,
há vários contrastes entre os exemplos bíblicos de “cair sobre o próprio
rosto” e a prática de “cair no espírito”. Nas Sagradas Escrituras,
o “cair prostrado” não chega a ser referido como um fenômeno; é mais
uma reação reverente diante do sobrenatural de Deus.

O “cair no espírito” tem causado, sim,
escândalo ao evangelho. Basta ver as aberrações que estão no YouTube. Algumas
manifestações que ocorrem quando se realizam cultos, principalmente os que se
realizam sob a influência dos norte americanos Benny Hymn, Kenneth Hagin,
Kenneth Copeland e seus espalhafatosos discípulos brasileiros, que derrubam as
pessoas e elas caem no chão se estrebuchando ou inconscientes.

Encontra-se registrado
apenas, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, onze casos de pessoas que
caíram prostradas, com o rosto em terra, em sinal de adoração a Deus. E tais
acontecimentos não se constituíram num histórico; são episódicos isolados. Não
têm capacidade, nem foro de doutrina, tampouco argumentos para se alicerçar um
costume, nem para se reivindicar uma liturgia; não podem sacramentar alguma
prática.
Não há (digo com inteira
convicção), qualquer apoio da Palavra de Deus a isso. Sendo um pouco mais
claro, não há respaldo de Deus a essa manifestação, pois Ele magnificou a sua
Palavra e o seu Nome acima de tudo (Sl 138.2). Não havendo apoio
escriturístico, não há abono de Deus. E não havendo aprovação de Deus, só
poderá haver do diabo. Tudo isto é oportunismo, ignorância e meninice criados
para enganar pessoas incautas, as quais, lamentavelmente, se distanciam da
Palavra do Senhor e do genuíno poder do Espírito Santo (2 Ts 2.9; Mt 7.21-23).
Digo, sem medo de errar, que
as obras e manifestações do Espírito Santo, glorificam a Jesus e O torna
conhecido a cada um de nós e só pelo Espírito podemos conhecer Jesus. Além
disso, o Espírito Santo nos convence de nossos erros e pecados, transforma
nossas vidas e costumes, nos guia e nos ensina viver como Deus quer, habitando
em cada crente, capacitando-nos a vencer o pecado e viver de maneira digna.
Assim,
observa-se que “cair no espírito” não está inserido como resultado da
ação do Espírito Santo em nós. Portanto, se não há menção ou respaldo da
Bíblia, essa obra não pode ser do Espírito Santo
. Alguém poderia me dizer: ah!
Mas o pastor é um fenômeno de santidade. Oras bolas, até o diabo, se quiser,
transforma-se em anjo de luz (2 Cor. 11:13,14). Há uma frase interessante do Pr. Clavio Jacinto que merece
transcrição: “Assim como satanás se
transfigura em anjo de luz para iludir o discernimento do incauto, também é
capaz de adocicar a falsa doutrina para satisfazer o gosto do homem que não
suporta a sã doutrina.”
.

1. Nos exemplos bíblicos, as pessoas caíam sobre
o próprio rosto quando maravilhadas pelo que viam ou por quem viam, ou seja,
cair no chão era o resultado da reação de uma pessoa ao que tinha visto em uma
visão, quando ia muito além de acontecimentos comuns, tal como a transfiguração
de Cristo (Mateus 17:6). Na prática não-bíblica de “cair no
espírito”, essa pessoa responde ao “toque” de uma outra pessoa
ou ao movimento do braço do pastor, ou até mesmo à sua palavra de ordem. Assim
é que elas caem para trás, ou em resposta ao movimento do braço do orador, ou
como resultado do toque de um líder da igreja (ou empurrão, em alguns casos). À
luz do Novo Testamento, são os demônios que lançam pessoas ao chão (Mc 9.17-27;
Lc 4.35).

2. Os exemplos bíblicos foram bem raros, de tal
forma que aconteciam apenas nas vidas de uns poucos. No fenômeno de “cair
no Espírito”, cair no chão é um evento semanal naquelas igrejas e essa
experiência acontece com muitos. Ou seja: ninguém precisou soprar neles ou
neles tocar para que caíssem ou se pusessem sobre o próprio rosto. Tais
modismos têm levado a irreverência e a bizarria ao seio do povo de Deus. Há
alguns que se tornaram tão ousados que jogam até os seus paletós a fim de
provocar prostrações coletivas. Isto é um absurdo! É antibíblico! Os casos de
prostração narrados na Bíblia deram-se em virtude da reverência e temor que os
personagens sentiram ao 
presenciar a glória divina.


Pode acontecer prostração numa reunião
evangélica?
Pode! Mas não tem de
acontecer necessariamente; pode, mas não precisa acontecer, nem ser provocada.
Caso aconteça, deve ser encarada como reação e não como fato doutrinário. John
e Charles Wesley, por exemplo, experimentaram um poderoso avivamento, mas
jamais elevaram suas experiências à categoria de doutrina. As heresias nascem
quando se supervaloriza a 
experiência em detrimento da
doutrina.



Não estamos falando que
todos os exemplos de “cair no espírito” sejam falsos ou apenas uma
resposta a um toque ou empurrão. Muitas pessoas sentem uma energia ou uma força
que as leva a cair para trás. No entanto, não achamos nenhuma base bíblica para
esse conceito. Sim, talvez haja uma energia ou força envolvida, mas se esse for o caso, provavelmente não
vem de Deus e não é o resultado do trabalho do Espírito Santo
.




É importante destacar:
Jesus, que é o nosso modelo, NUNCA derrubou ninguém. Algumas pessoas podem cair
por não suportarem a glória que estão sentindo, conscientemente, como aconteceu
com João, na Ilha de Patmos. Mas ele permaneceu CONSCIENTE. Em Atos 2,
observamos as manifestações da descida do Espírito Santo sobre a Igreja e não
se vislumbra que alguém tenha inconscientemente “caído no espírito”. Os que não
foram batizados no Espírito naquele dia, estranharam ver os discípulos falando
em outras línguas, mas em momento algum há relatos de pessoas caindo ou sendo
derrubadas pela ação sobrenatural do Espírito. 




Infelizmente, muitas pessoas
buscam essas falsificações estranhas que não produzem fruto espiritual nenhum,
ao invés de buscarem o fruto prático que o Espírito distribui com o propósito
de glorificar a Cristo com nossas vidas (Gálatas 5:22-23). Ser cheio do
Espírito não é evidenciado por tais farsas, mas sim por uma vida que transborda
com a Palavra de Deus de tal forma que a pessoa esteja sempre cheia de cânticos
espirituais e de gratidão a Deus. Que Efésios 5:18-20 e Gálatas 5:22-23 sejam
um retrato das nossas vidas! E que Deus tenha piedade e clemência com esses
falsos apóstolos e milagreiros 
da Sua Palavra. Que Deus nos
ilumine em sua Palavra.
Meu
e-mail: abileneleite96@gmail.com

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