Resolvi fazer uma
viagem. Uma que mudou o curso da minha vida inteira.

É que eu conheci um
homem que me mostrou o que é amor de verdade. Amor de pai, de mãe, de namorado,
de amigo e (muito) mais um pouco…


Ele me amou mesmo antes
de eu nascer e teve a paciência de esperar que eu estivesse pronta para começar
a minha viagem.

Para que eu pudesse realmente
viajar, o filho do motorista desceu do ônibus e sofreu na estrada só para
entregar o bilhete que me deu direito a essa viagem.

E eu tentei fugir.
Primeiro eu fingia que estava na viagem, mas não estava de verdade. Acho que eu
estava com medo e ainda começando a conhecer o tal motorista. Depois eu tinha
umas dúvidas na minha cabeça. Não quanto ao amor Dele, mas quanto a minha
própria vida.

Mesmo assim eu decidi
que ia entrar nessa viagem. O problema é que a cada distração no meio da
estrada, eu descia do ônibus e perdia um precioso tempo.

Ele bem que poderia ter
me deixado de lado, com as minhas distrações, perdida e sem rumo no meio da
estrada. Mas não sei como, Ele me esperou pacientemente. Na verdade eu sei
como. Ele tem o amor maior do mundo.

Até que houve uma
distração perigosa. Que quase me marcou forte, como a bala de um revólver. Que
poderia ter me tirado algo bem precioso, que eu nunca mais poderia ter de
volta.

Mas Ele não deixou. Não
só me esperou, como desceu do seu lugar de motorista e me carregou no colo. Eu
ainda estava assustada e levemente machucada, quando Ele me deixou no lugar
mais confortável do ônibus.

Eu achei que aquilo não
ia melhorar tão cedo. Mas Ele, que também é médico e terapeuta, me consertou, e
logo depois eu estava de pé.

Aí não deu para
resistir. Eu bati o pé, e decidi que ia encarar a viagem até o fim. Sim, as
distrações continuam a me perseguir. Pode até ser que eu acabe descendo ou parando
de vez em quando. Mas eu volto. Eu não quero perder a viagem e ficar no meio do
caminho.

Mais que isso. Eu quero
chamar todo mundo para essa viagem. Eu quero ver o meu motorista, médico,
terapeuta e pai curando todo mundo. Quero tê-los como irmãos.

Apesar de o ônibus já
ter bastante gente, sempre haverá espaço para um novo passageiro.

No caminho, eu vejo
pessoas perdidas na estrada, assim como eu estava, com um bilhete na mão igual
ao que o filho do motorista me deu um dia. É que Ele distribuiu esse bilhete
para todos.

Uns chegam a colocar o
pé no degrau de entrada ônibus, mas no último segundo desistem. Outros ficam
observando o ônibus com curiosidade. Alguns conversam sobre o bilhete, o
analisam. Outros preferem fingir que ele não existe, mesmo o vendo bem ali na
sua frente.

Porém, de vez em
quando, depois de tanta luta e indecisão finalmente entra um novo passageiro no
ônibus. Aí é a maior festa.

Só que essa viagem não
é fácil. No meio do caminho parece que está tudo meio cambaleante. Tem dias que
o ônibus vai bem devagar de tão ruim que a estrada parece ser.

Ainda bem que o meu
motorista não me deixa sozinha. Ele continua me guiando nessa viagem, assim não
fico para trás. De jeito nenhum.

Eu não sei quanto tempo
dura essa viagem. Mas eu sei onde vou chegar. É na casa Dele. Na minha futura
casa. O lugar a que eu realmente pertenço.

Ele bem que poderia me
levar de avião, ou num super jato. Até em um foguete. Ele é dono do mundo todo,
tem recursos para o que quiser. Mas aí eu não aprenderia tudo o que ele quer me
ensinar. Não aprenderia a amar estar ao lado Dele nessa longa viagem ou o que é
amor de verdade e ter o desejo de ver muitas outras pessoas embarcando nessa
viagem.

Em 2013 a viagem
continua. E eu espero que muitos outros passageiros entrem nesse ônibus. Ele muitos
espaços vazios. Com lugares marcados. Só esperando por seus donos.
Por Nahida Almeida
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